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20.3.15

[Resenha] Insurgente :: Veronica Roth

Insurgente - Divergente #2
Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco
Páginas: 512

Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama - e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor. 



Vemos um novo lado da Tris, se em Divergente muitos reclamaram da sua falta de reação com relação à perda de pessoas amadas e a tudo o que aconteceu com ela, em Insurgente ela realmente mostra o quanto tudo a afetou e traumatizou, mas ela é forte e está sempre se pondo à prova mesmo com os constantes ataques de pânico.
‘‘Caminhamos juntos pelo corredor. As tábuas corridas rangem sob nossos pés. Sinto saudade da maneira como meus passos ecoavam no complexo da audácia. Sinto saudade do ar frio do subterrâneo. Mas, mais do que tudo, sinto saudades dos medos que senti nas últimas semanas, tão pequenos quando comparados aos de agora.’’
A Tris é uma personagem muito forte, isso já foi demonstrado no livro anterior e em Insurgente conseguimos ver um lado seu um pouco mais vulnerável e determinado, chegando até a ter momentos de despersonalização, isso muitas vezes passa despercebido pelos demais personagens, mas ela está sempre se levando ao limite e não tem medo de fazer o que for necessário para defender os outros, e tá aí uma vantagem da narrativa ser em primeira pessoa, sabemos de tudo o que se passa na cabeça da Tris.

O relacionamento entre a Tris e o Quatro/Tobias continua intenso, mas os segredos dela parecem afastá-lo cada vez mais e ela fica em conflito com relação a se abrir e deixar que ele veja as suas fraquezas ou tentar combater tudo sozinha e se mostrar independente, confiante e corajosa; é interessante ver o amadurecimento da relação dos dois, que agora passa a ser algo mais sério em que ambos precisam aprender a confiar, tantos seus segredos quanto suas vidas, um no outro, e é tanto peso que vemos personagens com características um pouco diferentes das que nos foram apresentadas em Divergente. Mais um ponto positivo para a Veronica Roth, ela não criou triângulos amorosos e só por isso já considero uma distopia única (afinal, está ficando meio clichê todas as distopias terem um triângulo amoroso!).

‘‘Sinto-me nua. Não havia percebido que vestia meus segredos como uma armadura, até que eles se foram, e agora todos conseguem me ver como realmente sou.’’
Ainda há a separação entre as facções, a erudição ainda quer controlar a todos e fará de tudo para conseguir isso, e eliminar os Divergentes faz parte da lista. Só que com o desenrolar da estória percebe-se que talvez Jeanine esteja querendo algo mais do que apenas essas ‘pequenas’ ambições, e mostra que não há limites para obter o que se deseja. O cenário está mais sombrio, afinal as mortes e rebeliões afetaram a todos e os personagens mudaram um pouco a sua interação entre si e a desconfiança reina sobre a cabeça de todos. Roth cria um mundo único, em que cada facção tenta expor e valorizar o melhor de cada individuo, isso na teoria.
‘‘Às vezes sinto que estou colecionando as lições que cada facção tem a me ensinar e guardando-as em minha mente, como um guia para me virar no mundo. Há sempre algo a aprender, sempre algo que é importante entender.’’
Em Insurgente conhecemos mais sobre as facções e seus respectivos modos de vida, assim como os personagens apresentados no livro anterior e suas personalidades são mais destacadas, e claro, novos personagens são introduzidos, como os Sem-facção que tem papel importantíssimo no desenvolvimento do livro e mostram os seus objetivos e o fato de que talvez eles sejam mais organizados do que se pensava. E como toda distopia, o estopim da rebelião se aproxima; se em Divergente não entendemos muito bem como surgiu a ideia dessa sociedade distópica, nesse livro há uma grande revelação e foi impossível não ficar surpresa com tudo de novo que a Veronica Roth nos apresentou.

‘‘Sinto um calafrio. Ele fala em fugir como se acreditasse que nós estamos presos. Eu nunca havia pensado dessa maneira, o que agora parece uma tolice.’’
Muitas coisas acontecem e as atitudes da protagonista e a direção que a estória toma sempre me deixavam surpresa, gostei de algumas coisas, de outras nem tanto, o livro é repleto de conspiração, e eu adorei o final e tenho certeza que os fãs de Divergente ficarão eufóricos ele. Insurgente mantém o mesmo ritmo alucinado que teve o livro anterior e também nos dá uma nova perspectiva sobre o mundo de Divergente

A única coisa que devo dizer foi que no começo eu demorei um pouquinho para me conectar com a narrativa e tive um pouco de dificuldade para me lembrar de todos os personagens, saber ‘quem era quem’ afinal fazia mais de um ano desde a leitura do primeiro livro. Outra coisa, senti falta foi do romance entre a Tris e o Quatro, esperava mais cenas deles interagindo como casal ;).  A diagramação do livro está muito bem feita e segue o padrão que teve em Divergente. Concluindo, mal posso esperar para ler Convergente e finalmente saber como será o desfecho dessa série que é uma das minhas favoritas.

Quem aí já leu não se esqueça de me dizer o que achou, e quem não leu me diga se tem vontade de ler, lembrando que o filme baseado na obra estreou hoje o//




comentários pelo facebook:

7 comentários

  1. Amiga como eu disse até hoje eu ainda não li o livro DIVERGENTE, mas eu tenho bastante vontade, até porque gostei bastante também do filme que me deixou praticamente de boca aberta. mas lendo suas considerações finais eu fiquei empolgada quanto a ler essa distopia e muitas outras que ainda não li e espero gostar, porque eu ando em um momento tão sensivel e não sei se seria o tipo de livro, mas a Agatha ja pediu pra mim começar pela Seleção, mas vamos ver né? Quem sabe =x

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/03/resenha-paredes-vivas.html

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  2. Que legal, colega!
    Queria só avisar que vc foi marcada na TAG http://spaziodilibri.blogspot.com.br/2015/03/tag-liebster-award.html para responder a umas perguntinhas!
    Te espero lá!
    Bjo

    http://spaziodilibri.blogspot.com.br/

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  3. Olha, o livro é mais ou menos, mas o que mudaram no filme melhoraram. Você vai ver como vai cair o nivel viu

    Beijos

    http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/

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  4. Caraca! Parabéns pela resenha!

    Eu gostei do filme Divergente, mas não tinha tanta vontade de ler assim a trilogia... mas com sua resenha fiquei esperançoso! O modo como falou da Tris me deixou curioso *-*

    Bjs!

    http://leiturasilenciosaoficial.blogspot.com.br

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  5. Olá. adorei o seu blog e estou te seguindo. Segue o meu tambem para dar uma força rs http://experimenteuseeabuse.blogspot.com.br/
    Beijos :*

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  6. Andréia
    Vi ontem o filme e agora lendo sua resenha relembrei o livro. Esta é uma trilogia que gostei bastante, muita gente não gostou deste livro mas eu achei que ele manteve meu interesse na trilogia. E muito bacana você ter lembrado a "falta" do triangulo amoroso, acabei não percebendo este detalhe, mas um ponto positivo para o livro.
    Abraços,
    Gisela
    @lerparadivertir
    Ler para Divertir

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  7. Eu ainda não li e nem assisti nada,
    mas sua foto e sua resenha ficaram incríveis *-*

    http://www.literalinda.com.br/

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