[Resenha] Uma vez na vida :: Marianne Kavanagh

Uma vez na vida

Autora: Marianne Kavanagh

Editora: Única

Páginas: 288
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Uma história de amor, encontros e.... desencontros! Conheça Tess. Obcecada por roupas vintage, ela está sempre enrolada no emprego que detesta e em dúvida sobre seu namorado bonitão Dominic, que conheceu na universidade. Morando em um adorável apartamento com sua melhor amiga, Kirsty, ela poderia se considerar uma pessoa de sorte. Mas se sua vida é tão perfeita, por que ela se desfaz em lágrimas toda vez que pensa no futuro? Conheça George. Um músico brilhante que divide seu tempo entre brigar com os companheiros de sua banda de jazz e se preocupar com o pai doente. Mas ele sabe que a vida não é só isso. Deve haver mais alguma coisa. Algo especial.Tess e George são duas partes de um todo, almas gêmeas. Para a sorte deles, seus amigos em comum sabem que eles são feitos um para o outro. O problema é que eles não se conhecem e, sempre que a oportunidade aparece, a vida chacoalha os dois para longe. E agora? Se todos têm uma alma gêmea, como o destino faz para uni-los?Acompanhe a história divertida e apaixonante de Tess e George durante uma década de encontros malsucedidos, frustrações românticas e uma dúzia de recomeços. Uma vez na vida é uma comédia romântica moderna e inteligente sobre amizade, destino e oportunidades perdidas e reconquistadas!

"Como John Lennon disse uma vez, a vida é o que acontece enquanto você está ocupada fazendo outros planos."

Tess e George tem mais do que vários amigos em comum, eles tem um gosto - que para alguns pode beirar o estranho - pela década de 40 que conduz seus sonhos. O dela de se tornar dona de uma loja de roupas vintage e ele de ser reconhecido e ganhar a vida como cantor de jazz... Ah e ao que parece todos concordam que eles são almas gêmeas, mas eles não se conhecem e no momento Tess namora um bonitão chamado Dominic que é fissurado por contabilidade.

Porém Kirsty não está afim deixar as coisas nas mãos do destino e tenta, em vão, marcar vários encontros entre ambos, pois ao que parece o destino não quis que a melhor amiga de Tess se intrometesse e várias foram as vezes em que ambos estavam no mesmo lugar mas nunca de fato se viram ou se apresentaram.

O tempo passa e Tess continua com seu trabalho seguro e seu namorado seguro, seus sonhos vão se esmorecendo e a cada tempo o nome de George era citado em algum de seus círculos e uma fagulha se acendia nela, para logo ser sufocada pelos números e propostas de investimento de Dominic.

E George cada vez mais descrente e com as turbulências da banda acaba conhecendo uma linda advogada e decidindo ir morar com ela, lhe parece lógico e coerente e quando ele menos espera está em New York dando aulas ao invés de tocar.

Mas quem disse que acabou? Aaah não, isso não basta, tem que haver mais... Eles tem que se conhecer e esbarrar, e não se preocupem, acontece, mas nada é tão fácil assim e antes que um dos dois possa seriamente pensar em cogitar que talvez todos estivessem certos e eles fossem a alma gêmea um do outros, eles terão que resolver muitas coisas e acertar pendências.

O livro é narrado em terceira pessoa e é visto de ambos os lados, tanto pelo da Tess quanto pelo do George, o que nos dá uma bela perspectiva de todos os acontecimentos que ocorrem ao longo dos anos.

O que eu mais gostei nesse livro e comentando com minhas amigas eu percebi que é real, foi o fato de que os personagens são extremamente reais e que suas ações estão presentes em nosso dia a dia e que o romance não é nada clichê. Okay, talvez um pouquinho se levarmos em conta a melhor amiga tentando empurrar um conhecido, mas de resto... Nunca li nada assim, onde o casal principal vive se esbarrando sem se conhecer, onde apesar de tudo eles seguem pelo tempo com outras pessoas.

O livro trata também que questões extremamente pertinentes no quesito social e nos modos de vivência; a leitura que nas primeiras páginas se mostrou um tanto quanto incerta me cativou e me vi torcendo loucamente pelos personagens, aguardando ansiosa pelo tal encontro e suspirando toda vez que boba me deixava encantar ou irritar por algo narrado.

Tess disse: "Tenho que ir atrás da Kirsty." "Não", disse George. Ela parou. "Não vá", ele disse. Fez um esforço visível para sorrir. "Foram precisos dez anos pra este encontro. Não vá já."

E mesmo tratando de questões mais sérias vemos a ingenuidade - que a torna mais fofa do que já é, pois convenhamos que uma mulher que se veste a risca da moda dos anos 40 e pensa em ter uma loja que vende roupas assim, é muito fofa - de acreditar em almas gêmeas e sonhos impossíveis.

"Alguém me falou uma vez", ela disse a Kirsty, enquanto desciam a Brixton Road até o metrô em um sábado à tarde, constantemente separadas por pessoas que gritavam ao celular, empurravam carinhos de bebê e puxavam carrinhos de feira xadrezes, "que toda alma é divididaaio nascer, e fica à procura até encontrar sua outra cara metade. É uma velha lenda indígena."

Não tenho críticas, somente uma vai, e ela só se aplica a George, quando eles se encontram - e isso não pode ser considerado um spoiler -, a reação dele me pareceu somente um pouquinho precipitada, mas ainda sim eu indico o livro para fãs de romances ao estilo P. S. Eu te amo e que queiram ver que Londres pode ser tão agitada quanto New York e que queira conhecer um casal perfeitamente plausível.

Às vezes, pensou Tess, a realidade é muito assustadora.