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6.11.15

[Resenha] Em queda livre :: Ally Carter

Em Queda Livre - Segredos diplomáticos #1
Autora: Ally Carter
Editora: Guarda Chuva
Páginas: 352
Aos dezesseis anos, a protagonista Grace Blakely vê sua vida virar de cabeça para baixo ao se mudar para a casa de seu avô materno, o embaixador americano na capital do país fictício de Adria. Incapaz de aceitar as circunstâncias misteriosas que cercaram a morte de sua mãe três anos antes, ela tentará descobrir os segredos do seu passado e encontrar respostas para as dúvidas que a assombram.Contando somente com a ajuda de seus novos amigos, filhos dos embaixadores das outras nações, ela se lança na busca por um assassino que ninguém mais acredita ser real, ao mesmo tempo em que se esforça para seguir os rígidos protocolos que regem a vida diplomática. Não será fácil para Grace se adaptar a esse novo mundo, especialmente quando ela começa a se apaixonar pelo único garoto proibido para ela: o melhor amigo de seu irmão mais velho.Grace fará de tudo para ser a boa menina que todos esperam que ela seja, mas os problemas parecem sempre encontrá-la, e qualquer deslize cometido na Ala das Embaixadas poderá deflagrar uma crise internacional, colocando sua vida e o destino das nações mais poderosas do mundo em risco.
"Estive em sete escolas em dez anos", explico. "Então, pode ficar tranquila que eu conheço você. Você é a menina que pensa que ser cruel é a mesma coisa que ser inteligente. Você acha que levantar a voz é o mesmo que estar certa. E, acima de tudo, você é a garota que é muito, muito bonita. E também muito, muito... comum. Pode acreditar em mim. Existe pelo menos uma igual a você em cada escola." Observo suas feições mudarem. "Ah. Espere. Você achava que era única?"
Grace não quer voltar para "casa", ela não quer ficar em Adria, convivendo com seu avó que ela não vê há anos, e entre tantas embaixadas sendo que ela se conhece bem o suficiente para saber que quando ela cair - e isso é só uma questão de tempo - ela levará todos com ela. Mas a senhorita Chanceler não quer acreditar que ela é um problema, não importa quantas vezes ela lhe diga, ou quantos acontecimentos ela conte - mas ela provavelmente já deve conhecer todos - que comprovem o tamanho do seu azar.

Mas seus protestos não serão ouvidos, bem como nada do que ela diz após a morte de sua mãe três anos atrás, e como ela poderia culpá-los, quando ela mesma duvida de si em alguns momentos? Porém ela sabe de uma coisa, sua mãe foi morta por um tiro, ela se lembra do sangue se espalhando no peito dela, do corpo caindo e só então o fogo consumindo tudo e ela se lembra do homem que estava lá, da cicatriz enorme em seu rosto e ela disse a si mesma que iria encontrá-lo novamente, nem que isso levasse sua vida inteira.

E agora, no lugar mais improvável, ela a terá.
E então tenho certeza de duas coisas:
1. Nós vamos mesmo tentar esta coisa absurda.
2. Definitivamente, todos nós assistimos a filmes demais.

O livro é narrado em primeira pessoa do ponto de vista da Grace e a escrita confortável e dinâmica da Ally Carter fazem o livro ser lido numa tirada só! Como sempre amando as tramas que essa mulher cria.

Já fazia um tempo que eu não pegava nada dela para ler - a última coisa foi Espiãs também se enganam - e eu estava com saudades, então imaginem a minha felicidade ao ver a editora Guarda Chuva anunciando que lançariam uma nova série dela e que dessa vez envolveria assassinatos e intrigas governamentais?! Eu pirei, e foi por um bom motivo, afinal ela mais que me satisfez e me surpreendeu muito.

Acostumada com protagonistas fortes e geniais eu esperava que Grace fosse uma menina mais centrada e com uma pitada meio Cammie Morgan, mas o que eu encontrei foi uma menina traumatizada pela morte da mãe, desacreditada pela família e com ataques de pânico tão fortes que a faz perder o rumo de onde está e de quando está. Grace está no fundo do poço e tenta desesperadamente reunir forças para sair dele, mesmo quando tudo parece só ruir e ruir.
"Eu tenho que ir agora!", grito, porque ele está perto demais. O passado está perto demais. As emoções que mantenho trancadas dentro de mim estão vindo à tona. E, acima de tudo, estou cansada. Estou tão cansada. E se tiver que ficar dentro deste edifício por mais um segundo posso não resistir. Posso simplesmente me desintegrar feito cinzas e ser levada pelo vento.
Então encontrei uma trama governamental cheia de intrigas e alianças entre países que facilmente poderiam declarar guerra um ao outro com um aperto de mãos errado, com crianças filhas de países que se identificam em prédios, mas que também nos mostra o lado tocante do que é crescer e amadurecer, do quão profunda pode ser uma perda, do quão necessária é uma amizade, do quão importante é a força da família e quanto nosso coração grita coisas importantes antes mesmo que saibamos o que são elas.

Eu já sabia que iria me encantar com esse livro leve, mas fiquei extremamente feliz em encontrar mensagem profundas nesse YA, não digo a razão do universo e da vida ou coisas assim, mas é bom ver uma trama com uma garota atormentada que sabe disso e que tenta mudar isso, mas que ao mesmo tempo não sabe muito bem o que fazer, porque a vida hoje em dia é isso, ser jovem é estar em completo tormento turbulento de emoções contraditórias e que por vezes podem nos sufocar, porém a solução nunca é ser ou se abandonar e não lutar. Gosto disso, da ideia de resistir e achar um motivo pelo qual viver, de se expor como é, mesmo que você seja um completo e caótico caos, a quem você ama e encontra apoio.
"Eu...", começo devagar. Minha voz é mais um sussurro do que um grito. Admitir é mais difícil do que deveria ser. "Eu não sei o que fazer."
Se você curte escritores como David Levithan, John Green e Jenny Han a probabilidade de você gostar ou se apaixonar - como foi o meu caso - é bem grande.

comentários pelo facebook:

4 comentários

  1. Oi tudo bom?
    Meu deus, que vibe de livro maravilhosa, e ainda de uma editora nem tão famosa. Já pulou muitos lugares na wishlist

    Beijos

    http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/

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    1. Oie.
      Que bom!!!! Nossa, espero que você adore a leitura a Ally é demais, sério!
      Bjokas

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  2. Oi, Agatha, tudo bem?
    Nunca li nada da autora, mas a premissa do livro parece muito legal! Gostei muito da resenha.
    Beijos,

    http://www.moleca20.com.br

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    Respostas
    1. Oie Paula.
      É uma premissa muito boa mesmo, e o livro é bem legal, diferente do que estou acostumada dela, mas tão bom quanto o que esperava. Fico feliz que tenha curtido a resenha!!! E espero que quando você ler, venha me contar o que achou.
      Bjokas

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