Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Apesar de sua beleza e de seus modos encantadores, Annabelle Peyton nunca foi tirada para dançar nos eventos da sociedade londrina. Como qualquer moça de sua idade, ela mantém as esperanças de encontrar alguém, mas, sem um dote para oferecer e vendo a família em situação difícil, amor é um luxo ao qual não pode se dar. Certa noite, em um dos bailes da temporada, conhece outras três moças também cansadas de ver o tempo passar sem ninguém para dividir sua vida. Juntas, as quatro dão início a um plano: usar todo o seu charme e sua astúcia feminina para encontrar um marido para cada, começando por Annabelle. No entanto, o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle, o rico e poderoso Simon Hunt, não parece ter interesse em levá-la ao altar – apenas a prazeres irresistíveis em seu quarto. A jovem está decidida a rejeitar essa proposta, só que é cada vez mais difícil resistir à sedução do rapaz. As amigas se esforçam para encontrar um pretendente mais apropriado para ela. Mas a tarefa se complica depois que, numa noite de verão, Annabelle se entrega aos beijos tentadores de Simon... e descobre que o amor é um jogo perigoso. No primeiro livro da série As Quatro Estações do Amor, Annabelle sai em busca de um marido, mas encontra amizades verdadeiras e desejos intensos que ela jamais poderia imaginar.
Depois que eu li os livros da série Hathaway, da Lisa Kleypas, virei fã da autora. Ela consegue reunir o melhor do romance de época, com personagens femininas cativantes e engraçadas, e uns mocinhos em quem a gente vai dormir pensando. Mas mais do que romance, o que eu gosto nas histórias dela é da trama paralela, os conflitos, que permeiam e unem todos os livros da série. Com a série Hathaway, essa trama paralela era de uma família que ia se reerguendo aos poucos, se unindo mais e mais. Na série As Quatro Estações do Amor (em inglês Wallflowers), o tema que está presente em todos os livros é o da amizade.
Quatro jovens solteiras e aparentemente fadadas a sempre se encontrarem sentadas lado a lado nas cadeiras dos bailes, enquanto as demais eram convidadas para dançar, decidem que vão se unir para fazer com que todas arrumem um marido. Isso aí, nada de donzela esperando pelo príncipe, estava na hora de correr atrás do solteiro elegido e fazer de tudo para prendê-lo com um anel. No entanto, essa ambição de encontrar um marido não é a de garotas fúteis, que só se veem como esposa de alguém, mas de mulheres que sabem em que sociedade vivem, que entendem que a melhor maneira de conquistarem um pouco de respeito e liberdade é adotando um outro sobrenome, de preferência o de um lorde com bom status social.
"Miss Peyton,” Lillian Bowman perguntou, “que tipo de homem seria seu marido ideal?”
“Oh,” Annabelle disse com suavidade irreverente, “qualquer nobre serviria.”
(...)
“Quanto a mim, eu teria que adicionar algumas condições. Meu nobre teria que ser moreno e bonito, um dançarino maravilho... e ele nunca iria pedir permissão antes de me beijar.”
“Eu quero me casar com um homem que tenha lido toda a coleção de Shakespeare,” Daisy disse. “Alguém quieto e romântico — melhor ainda se ele usar óculos — e ele deve gostar de poesia e natureza, e eu não gostaria que ele tivesse muita experiência com mulheres.”
(...)
"Que tipo de marido seria adequado para você, Miss Jenner?"
"(...) Eu não sei. Só alguém que iria me a-amar. Realmente me amar." [tradução minha]
O primeiro livro da série, Segredos de uma noite de verão,
conta a história de Annabelle Peyton, que, apesar de sua beleza, não
consegue fisgar um marido. Isso porque é de conhecimento de todos que
ela não tem dote, a sua família perdeu quase tudo depois da morte do pai
dela, suas joias são falsas e seus vestidos são velhos. Ninguém quer
casar com alguém em posição decadente, mas muitos homens se interessam
por mantê-la como amante. Annabelle, no entanto, não está disposta a se
ver nessa posição e ser privada de participar da sociedade londrina.
Dentre os muitos interessados em Annabelle, Simon Hunt é o único com coragem o suficiente para chamá-la para dançar. Annabelle, porém, sempre recusa. Isso porque as intenções do Mr. Hunt não são nada castas, ele não é um homem que se considera adequado para o casamento, mas com certeza tem tudo o que precisa para uma boa rolada nos lençóis. Ou nas cortinas (ops, spoilers, darling). E enquanto ele está determinado a fazer Annabelle sucumbir ao seu charme, ela está igualmente determinada a evitá-lo.
Eu vou contar que já li três livros da série, e, dos três, o primeiro é o de que menos gosto. Por mais que tenha gostado da escrita e que tenha lido tudo em dois dias, eu não consegui deixar de me sentir como se estivesse lendo um clichê bem mal disfarçado. Eu adoro clichês, mas adoro a capacidade de eles se reinventarem nas mãos de um bom autor. Segredos de uma noite de verão, a meu ver, foi mais do mesmo. E eu recomendo pra caramba! Por quê? Porque o segundo e o terceiro livros são tão bons que... nossa, me segura! (Mas esse é outro assunto).
O que eu quero destacar é que, para quem nunca leu romances de época, Lisa Kleypas
é um excelente começo. E, talvez, se você começar por esse livro não
fique com essa sensação de "mais do mesmo", até porque ele é muito bem
escrito. A série Hathaway também é uma boa pedida, mas ela contém
personagens da série Wallflowers no futuro, porque é como se fosse uma
sequência (embora não seja necessário ler a série Wallflowers antes, eu
não li). Também vale adicionar que nesse livro, como nos outros da Lisa Kleypas
e como é comum em romance de época, as cenas de sexo são bem detalhadas
(do jeito que eu gosto, e que se você não gosta provavelmente está
mentindo) e tão boas de ler que é até melhor eu parar de falar para não
ficar me entregando aqui.
O livro também conta com ótimos personagens, que terão suas próprias histórias de romance, com um destaque para o Lorde Westcliff, que faz com que eu precise chamar os meus servos egípcios para me abanarem. E, claro, há o humor próprio dos romances de época, que pode não ser digno de gargalhadas, mas me faz sorrir durante o livro todo. Outro ponto alto dos romances da autora é que ela insere suas histórias em uma época em que a nobreza está empobrecendo e alguns americanos e cidadãos "da plebe" estão ganhando destaque na sociedade londrina por se adaptarem à modernidade. Não nos deparamos com um cenário que exclui a história de como as sociedades mudam com o tempo, pelo contrário, a necessidade de mudança é bem presente no enredo. Os personagens da Lisa Kleypas são variados e fortes, cada um a seu próprio modo, e sabem que é preciso estar sempre evoluindo para não ser deixado para trás junto com a nobreza decadente.
Não posso deixar de mencionar que li o livro em inglês, então não irei fazer comentários sobre a edição da Arqueiro, a não ser o óbvio elogio à capa linda. Para quem se interessa em livros em inglês, os da Lisa Kleypas são uma boa escolha, não são difíceis e o vocabulário de época é fascinante. Mesmo assim, devo dizer que, no que diz respeito a romances de época, ainda não encontrei uma tradução que me decepcionasse, então a leitura em português deve ser tão prazerosa quanto a no idioma original, e você ainda fica com aquela belezura para enfeitar a estante.
O livro também conta com ótimos personagens, que terão suas próprias histórias de romance, com um destaque para o Lorde Westcliff, que faz com que eu precise chamar os meus servos egípcios para me abanarem. E, claro, há o humor próprio dos romances de época, que pode não ser digno de gargalhadas, mas me faz sorrir durante o livro todo. Outro ponto alto dos romances da autora é que ela insere suas histórias em uma época em que a nobreza está empobrecendo e alguns americanos e cidadãos "da plebe" estão ganhando destaque na sociedade londrina por se adaptarem à modernidade. Não nos deparamos com um cenário que exclui a história de como as sociedades mudam com o tempo, pelo contrário, a necessidade de mudança é bem presente no enredo. Os personagens da Lisa Kleypas são variados e fortes, cada um a seu próprio modo, e sabem que é preciso estar sempre evoluindo para não ser deixado para trás junto com a nobreza decadente.
Não posso deixar de mencionar que li o livro em inglês, então não irei fazer comentários sobre a edição da Arqueiro, a não ser o óbvio elogio à capa linda. Para quem se interessa em livros em inglês, os da Lisa Kleypas são uma boa escolha, não são difíceis e o vocabulário de época é fascinante. Mesmo assim, devo dizer que, no que diz respeito a romances de época, ainda não encontrei uma tradução que me decepcionasse, então a leitura em português deve ser tão prazerosa quanto a no idioma original, e você ainda fica com aquela belezura para enfeitar a estante.
Olá Luiza ^^
ResponderExcluirEu também sou completamente apaixonada por essa autora! Concordo com você que o livro foi mais do mesmo, o interessante é vermos a hipocrisia da época para com a burguesia e onde os nobres estavam deixando a vez, mas não queriam se render aos novos ricos, quanto ao segundo e terceiro livros são sem dúvida alguma os melhores de série, adorei!
Beijão,
http://livrosentretenimento.blogspot.com.br/
A Lisa é apaixonante *-* Tento que mesmo nos livros "mais do mesmo" dela, encontramos esses detalhes que chamam a atenção, como essa denúncia da hipocrisia dos nobres.
ExcluirO segundo e o terceiro livro, ai ai, ainda não parei de pensar neles <3
Beijo!