Autora: Christie Golden
Editora: Galera Record
Páginas: 350
A maga humana Jaina Proundmore vive em Theramore onde divide seu tempo entre a liderança da cidade, esforços para manter a paz entre Horda e Aliança e treinar a jovem gnomida Kinndy, sua amável aprendiz. Enquanto isso, do outro lado de Azeroth, o novo líder da Horda, Garrosh Grito infernal, trama uma terrível guerra para dominar os reinos de Kalimdor e reduzir a Aliança a pó. Até onde irá o chefe guerreiro? Jaina conseguirá ser fiel a seu bom coração e conduzir a luta da melhor forma? O que aguarda o destino dos dois lados é aterrorizante.Olá, pessoal querido!! Como estão? Eu estou na luta para cumprir uma das metas de 2016 que é ler mais. Leitura é uma grande paixão, mas acabo substituindo o hobby por outras atividades como cozinhar coisinhas vegetarianas, gravar vídeos pro meu canal e, claro, os games.
E foi um desses games que me levou a leitura recente de dois
livros: Diablo III: A Ordem e este que vou resenhar pra vocês hoje que é Marés
da Guerra. Se alguém aí também é fã da Blizzard já entendeu que estou me
aventurando neste mundo de RPGs de todas as formas possíveis!
A Blizzard tem uma característica que gosto muito que é o
empoderamento feminino, gerando uma igualdade entre gêneros quase emocionante
num mundo em que a cultura geek de massa ainda expressa muito machismo.
Antes de tudo, quero dizer que se você não joga os games,
vai entender a história da mesma forma. Ter um conhecimento prévio do universo
em questão ajudará apenas a visualizar melhor os ambientes e personagens e tornará
a leitura mais rica, mas não é requisito. Aliás, Marés da Guerra é o volume 11
da série de livros de WOW e a história se passa após um grande
acontecimento e termina dando um belo gancho para a próxima aventura, mas também
não é necessário ter lido as obras anteriores. Os acontecimentos deste livro se
passam no fim da expansão Cataclysm e início de Mists of Pandaria, a 4ª
expansão do game de World of Warcraft.
Para quem não tem conhecimento nenhum sobre o universo de
WOW, se trata de uma versão de mundo povoada por diversas espécies inteligentes
como orcs, trolls, elfos sangrentos, elfos noturnos, gnomos, humanos entre
outros. As criaturas possuem especialidades e dons que os tornam bruxos,
paladinos, guerreiros, magos, caçadores etc. Por tradição,
determinadas raças fazem parte da Horda enquanto outros compõem a Aliança, duas
“facções” que lutam pelo controle do mundo. Apesar disso, os indivíduos tem
certa liberdade sobre suas escolhas e podem trocar de lado, mas não é muito
comum.
A história tem como protagonista a maga humana Jaina Proundmore, uma diplomata por natureza e uma das responsáveis pela pacificação entre Horda e Aliança. Jaina vive e lidera Theramore, cidade onde se concentra a maior parte da história.
Enquanto a maga consegue manter este delicado equilíbrio em Azeroth (mundo onde a maior parte de WOW se passa), a Horda sofre com decisões duras e duvidosas de seu novo líder, Garrosh Grito Infernal.
Garrosh possui terríveis planos de dominação dos reinos de
Kalimdor, com intenção de passar por cima de tudo e todos para consegui-lo.
Usando sua grande força bélica e sendo sorrateiro, a Horda chega às terras da
Aliança sem ser visto pegando todos de surpresa e arrasando tudo por onde
passa. Jaina se vê despreparada e duramente atingida, situação que a leva a um
colapso emocional que marca o ponto alto da história.
Ao mesmo tempo, um artefato mágico de extremo poder chamado
Íris Focalizadora é roubado da revoada dragônica azul e seu líder, o antigo
aspecto dragônico Kalecgos expõe o ocorrido à amiga Jaina. Com dois enormes
problemas na mão, um tenta ajudar o outro enquanto Garrosh marcha em direção à
Theramore com as piores intenções.
O livro todo é muito misterioso. Não temos certeza se a Íris
está sob poder de Garrosh, então sempre existe a dúvida sobre um segundo
inimigo para Jaina e os reinos de Kalimdor. A autora Christie Golden, da qual
falarei mais daqui a pouco, não dá muitas dicas das intenções reais de Garrosh,
mas deixa implícitas coisas que nos levam a desconfiar do caráter do líder.
Posso dizer que este sentimento é compartilhado pelos líderes de algumas raças da
Horda que, apesar de estarem sob a liderança de Garrosh, passam a questionar-se
da sanidade do chefe guerreiro, momento em que fica claro que não necessariamente
a Horda é ruim e a Aliança boa, mas que cada indivíduo tem seu caráter e
posicionamento.
Em Jaina, vi nela uma mulher completa, porém não uma Mary
Sue, entendem? Ela não é perfeita, mas completa e todas as suas faces são
expostas no livro: a mulher sábia, que pede ajuda sem qualquer orgulho ferido,
a mãe em sua relação com Kinndy, além de guerreira, inteligentíssima e repleta
de fragilidades. Também vemos a faceta mais “mulher” de Jaina em sua discreta
intimidade com Kalec (insira aqui corações flutuantes eternos). É um toquezinho
de romance bem disfarçado que traz leveza à história.
Sobre a escrita de Christie, embora haja opositores da minha
opinião, não posso deixar de elogiar. A narrativa se divide entre as facções,
de modo que alguns capítulos são contados a partir da Horda, com o avanço de
Garrosh e suas dificuldades, e do outro vemos a Aliança. Os personagens são bem
construídos, mesmo os secundários, nos possibilitando ver a personalidade de
cada um e seu posicionamento, a complexidade de seus valores. Uma leitura
riquíssima para os fãs do jogo e extremamente interessante para quem ainda não
joga. Aliás, se ler, vai ser difícil não aderir aos games! A assinatura dos
jogos é barata e não é necessário ter um computador muito potente para jogar,
então fica fácil. Vale lembrar que Christie é autora contratada de franquias como Star
Wars e Star Trek.
Leitura recomendadíssima! Quero muito saber se mais alguém
aí conhece o trabalho da Blizzard e se curtem os games ou já leram algum dos
livros, que são vários!! Quem sabe a gente se encontra on-line? Eu serei a Elfa
Sangrenta de verde. :)
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